Na madrugada do dia 15 de setembro, uma quinta-feira, os criptoativos receberam a maior mudança até hoje: The Merge, a atualização que modifica o mecanismo de consenso do blockchain Ethereum (ETH) para prova de participação (proof-of-stake).

O novo mecanismo de validação diminui drasticamente a pegada de carbono do blockchain e aumenta a velocidade das transações. A atualização foi planejada para 2019, mas foi adiada ano a ano. Finalmente, a transição do Ethereum aconteceu, gerando diversas reações na comunidade cripto.

Quer saber mais sobre o que é The Merge? A Galaxies preparou esse guia para você conhecer a importância da atualização, como funciona a prova de participação e qual é o futuro do Ethereum.

O que é The Merge?

The Merge pode ser traduzido como A Fusão e tem esse nome justamente para indicar a mescla da rede principal do blockchain com recursos em teste há anos. Mais precisamente, a atualização vai fundir a Beacon Chain – rede em que a prova de participação era utilizada – com a rede principal do Ethereum.

Ao modificar o mecanismo de consenso da prova de trabalho (proof-of-work ou PoW) para prova de participação (proof-of-stake ou PoS), a validação passa a não depender do poder do hardware do usuário, mas de sua participação como investidor no processo de validar os novos blocos.

Dessa maneira, a atualização visa diminuir em 99,95% do consumo de energia de todos os ativos baseados no Ethereum e aumentar a velocidade das validações. Mudanças que podem atrair novos investidores ao blockchain, antes avessos a rede. 

O que é prova de participação?

A grande novidade do The Merge é a implementação da prova de participação. Mas como esse mecanismo de consenso funciona? Basicamente, os usuários se candidatam para serem validadores dos novos blocos e são escolhidos aleatoriamente para realizar essa ação. Dessa forma, validadores podem receber renda passiva, em um processo chamado de staking.

Para poder participar da validação, o usuário deve depositar um valor mínimo de 32 Ether e tenha o software totalmente atualizado. Após o sucesso da validação, o validador recebe renda passiva como recompensa.

Antes, o Ethereum funcionava pelo mecanismo da prova de trabalho, o mesmo do bitcoin. Nesse modelo, os blocos são validados a partir de operações criptográficas complexas computadas por hardware. Tais operações dependem de um grande poder computacional, o que gera um alto consumo de energia.

O que A Fusão modifica na prática?

A Fusão do Ethereum responde a uma das principais demandas da tecnologia blockchain: o gasto energético e a pegada de carbono do mecanismo proof of work. Com a prova de participação, o ETH se torna mais ecológico e sustentável.

Esses são fatores importantes para atrair novos investidores e iniciativas baseadas no Ethereum. A médio e longo prazo, a tendência é que grandes empresas utilizem o blockchain cada vez mais, e a garantia de sustentabilidade e velocidade nas transações são atrativos fundamentais para atingir esse objetivo.

Em relação aos mineradores, o panorama pode mudar. No modelo PoW, as pessoas investiram em hardware para poder validar os blocos. Já no PoS, a rede escolhe aleatoriamente um validador, mas quem tem mais capital investido no staking possui mais chances. Há um receio de que esse modelo “encareça” cada vez mais que novos usuários participem desse processo de validação.

Como o mercado recebeu a atualização?

Apesar do The Merge ser muito esperado, o mercado e a comunidade cripto receberam a atualização de diferentes maneiras. Principalmente usuários que já investiram em hardware migraram para o Ethereum Classic (ETC), um hard fork (bifurcação) que funciona a base do PoW.

Os usuários podem escolher por transferir seus tokens ETH para ETC numa escala de 1 para 1. Por essa razão e outras desconfianças na atualização, o Ethereum teve sua maior baixa nos dois últimos meses nas 24 horas após The Merge. Porém, o Ethereum já mostra sinais de recuperação e a expectativa no futuro próximo é positiva.

O sucesso do Ethereum 2.0 será essencial para os outros protocolos blockchain. Caso o PoS se mostre realmente mais rápido, sustentável e saudável economicamente, mais blockchains podem implementar esse mecanismo de consenso.

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